quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Exato !

Eu andei procurando um motivo pra ser feliz, ou pelo menos esboçar alguma felicidade no meu rosto.
Eu já não posso mais fingir igênuidade e não pensar em nada.
As responsabilidades apareceram antes mesmo que eu percebesse.
Alguns obstáculos são íngremes, e eu simplesmente nao posso evitar.
Talvez eu pule uma pedra ou duas, ou talvez eu encare de frente meus problemas.
Acontece que de qualquer forma eu me machuco cada vez que tento mudar minha história.
Eu nao tenho uma cena preferida, nao sinto mais prazer em simplesmente viver, não me contento com pouco.
O tempo passa, e eu me ocupo com nada.
Eu ainda procurava uma solução que pelo menos aliviasse esse peso, ou que pelo menos me fizesse ver minha fraqueza opcional.
Na falta de uma família 'anti-ética', eu optei por ter minha uma família escolhida por mim mesmo.
Uma família pela qual eu faria qualquer coisa, uma família que me acolheria quando eu estivesse louco, ou quando eu simplesmente nao existisse.
Eu poderia escolher as pessoas, selecionar emoções, filtrar bom senso, confiar e acreditar em qualquer coisa que eu ouvisse.
Eu poderia até fingir que a vida era simples de ser vivida, e difícil de ser encerrada.

Fazer a melhor opção da minha vida, se resumiu em escolher as pessoas que fariam parte dela.
Pessoas que fazem meus dias melhores, meu horários mais extensos, as caixas menos pesadas, o sofrimento opcional, a amizade mais sincera.
Agradeço por ter pessoas como você em minha vida, agradeço por suportar meus assuntos e ouvir meus pesadelos.
Agradeço também por participar ativamente da construção de mim mesmo, e que por mais que as coisas sejam difíceis, o tempo curto e a história distante, você esta eternizado em algo que eu chamo de 'inesquecível'.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Simples e significante

Hoje eu acendi um cigarro, um insignificante cigarro.
Comecei a pensar em como as coisas eram, e tudo que acontece a minha volta.
Como as pessoas agiam, e tudo que simples atos acarretam na minha vida.
Imaginei então, que deveria avaliar mais as palavras, os gestos, os pensamentos, a vida.
Conversar com pessoas que me fazem bem, ou que não acrescentam nada na minha vida.
Lamentar tudo que nao fiz por medo do erro, e comemorar a derrota conquistada.
Pegar na mão daquele desconhecido, e abraçar meu cachorro doente.
Dizer que odeio queijo, e que amo goiabada.
Dar um suspiro alto em comemoração a vida, ao invés de reclamar a falta de ânimo pra sair.
Buscar a namorada na saída da escola, lhe dar um abraço, e dizer o quão ela é importante pra mim.

Aquela fumaça me fazia pensar muito, acreditava no invisível, e duvidava de mim mesmo.
Meus pensamentos mais sólidos se foram com aquela fumaça, e antes mesmo que eu pudesse me despedir dos mais belos sonhos, sou obrigado a perceber que o mundo é realmente do jeito que todos vêem, cinza, amargo e doente.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Excesso de nada.

Acúmulo de pensamentos vazios.
Os momentos simples não existem mais.
Extensão de sentimentos escondidos, guardados em uma gaveta.

As coisas não deveriam ser como são, os momentos deviam ser mais detalhados, os passos contados, as canções eternizadas.
Vamos fingir que amamos nossas esposas, levar o cachorro pra passear aos domingos, ajudar nosso filho na tarefa da escola. Vamos nos matar de trabalhar pra viver a monotonia de sempre e sentar na nossa poltrona preferida.
Rápido, vamos ver nosso programa de domingo e comer pipoca.

Poderia viver dessa maneira que vivo, e lamentar nao ter feito o inesperado. Não ter ido atrás da mulher que eu amava, viajar com o dinheiro daquela conta vencida, me drogar no almoço de domingo, sorrir quando eu me sentisse feliz, fingir ser coerente com as expectativas dos outros e acabar sendo eu mesmo.

Mas o caminho escolhido foi outro, um que não se pode voltar atrás.
Um caminho pelo qual o roteiro já está escrito, e não acontece nada de novo.
Ter atendido as expectativas de todos, menos a minha.
Tenho um conselho pros meus filhos: "Avance o sinal da coragem, lute por algo sem valor, ultrapasse suas metas, seja menor que sua força e maior que sua coragem. Acredite em você mesmo, arrisque perder tudo, e acima de tudo, viva sua vida, nao deixem que á vivam por você".

Limite de sanidade: o esconderijo

Hoje mesmo eu acordei atordoado. Pensei estar em casa, mas o lugar era diferente, não era o mesmo de sempre. As horas demoravam mais a passar, o tempo sorria pra mim, minha mãe nao estava fazendo o café, e meu pai nao estava trabalhando. Pensei estar sonhando ainda, mas nada era tão real. Acho que eu nunca tinha visto nada tão real.
A trilha sonora do local era sombria, eu já não sabia o que fazer, eu tentava falar, mas ninguém ouvia. Por um momento entendi qual era o significado dos pensamentos que eu sempre tive, senso crítico alto, duvidava da capacidade humana, e acreditava em fórmulas matemáticas.
Mas ali tudo parecia diferente, estava em completa troca de pensamentos com alguém. Tinha medo de estar louco, mas naquele momento eu nao me importava. Era a maior verdade que já presenciei, e eu nao tinha que me esforçar, pois ninguém ali era vivo ou morto.

Acreditei por um instante, que as pessoas são exatamente isso por dentro. Escondem seus medos e suas crenças; acreditam amar o próximo, mas nao compartilham seus pensamentos; ouvem a quem convêm e se surda ao chamado da consciência.

Mais uma vez acreditei estar louco, e a partir daí eu já não quis mais acordar. Passei meu dias vivendo no mundo real.

Mesmo contra a minha vontade acordei mais uma vez em um mundo falso, estava com mãos e pés presos, os remédios nao me permitiam pensar.

O último lápso que tenho, era ter descoberto a essência da mente humana, mas nesse mundo imaginário que vivo, sou um completo louco, e eles são a falsidade com face agradável.

Mais uma música entediante

Saber o que fazer de agora em diante; Mudar o rumo da vida que seus pais conseguiram; Escolher o melhor pra vc, sem passar por cima dos seus costumes e tradições; Fazer com que seus pais tenham orgulho de você, e que ao mesmo tempo, ser reconhecido pelas promessas quebradas e tempos desperdiçados.
Tentar aproveitar ao máximo o tempo que tem, e ao invés disso, curtir a vida ao máximo.
Ler shakespeare e imaginar que está contribuindo para um padrão moralístico e cultural familiar.
Ser educado, gentil, amigo, e comprar pão pra sua mãe quando ela pedir.
Fingir que seu pai é seu ídolo, e nunca dizer que seu maior medo foi a sua única e maior vitória.
Lembrar de pedir bênção ao sair de casa, e mudar a ordem natural das coisas no dia seguinte.
Dormir sonhando em ser músico, e acordar fingindo querer ser advogado.
Não acreditar no amor dos seus pais, e amar sua banda preferida.
Se identificar com deus, e orar antes de dormir, mas nunca pronunciar isso entre amigos.
Colocar sua melhor roupa, e rir daqueles que são diferente de você.
Fingir pensar em alguma coisa, e decorar uma revista fútil.

Acordar daqui a 30 anos, odiar sua vida, chorar o tempo perdido, pedir o retorno dos seus pais, reencontrar os amigos mais felizes que você, e finalmente lamentar por uma vida jogada fora, até descobrir que seu fracasso foi a vitória de todos a sua volta, ou a derrota dos mesmos.